domingo, 29 de outubro de 2023

PARA UMA DISTRIBUIÇÃO EQUILIBRADA DAS ÁGUAS NO BRASIL


Em 2014 enviei para vários jornais, ministérios, intelectuais, meu projeto de solução para o problema de inundações em algumas regiões enquanto outras passavam por secas.  Ninguém deu bola: só obtive uma única resposta da Diretoria de Documentação Histórica do Gabinete Pessoal da Presidência da República, agradecendo e me informando que tal documento estaria à disposição da equipe da Presidenta.   A época já era de forte pressão de ordem politica sobre seu governo, e que acabou resultando em seu impeachment.

Recentemente, durante a fase de posse do Lula, numa coletiva, este manifestou interesse em implementar algum projeto para equilibrar as águas em nosso território. Animado, enviei cópias daquele meu projeto para solução do problema com as águas. Enviei ao PT, para a Marina, para a Gleisi. Alguma resposta? Nada. Nenhum "recebemos" sequer.

Abaixo o transcrito da carta, conforme enviada, seguida da resposta emitida pela instância presidencial. 

Então peço, que se você gostar, e tiver acesso, por favor encaminhe-o para a Presidência o mais cedo possível, antes que a seca e/ou as enchentes exterminem toda a sofrida população ribeirinha. Trata-se de um  programa de Estado, mas algum governo que se diga sério precisa dar, ao menos,  início à solução do grande problema de distribuição das águas em nosso amado país e que, em última instância,  afeta a todos nós. 

CARTA PARA A PRESIDENTA:

Exma. Sra. Dilma Roussef

Presidente da República Federativa do Brasil

Assunto: Sugestão para solução dos graves problemas hídricos de São Paulo e de todo o país.

Rio de Janeiro, 13 de novembro de 2014.

Prezada Presidenta Dilma,

Neste momento de estabelecimento do seu novo governo, tenho consciência das importantes prioridades às quais a Senhora está dedicando toda sua atenção. Mas nenhuma delas é maior do que a solução do problema hídrico de São Paulo. As consequências de um colapso total afetariam negativamente a vida de todos os brasileiros. São inimagináveis as dimensões e o alcance de tal desastre que vem se anunciando.

Todos sabemos que água é a própria base da Vida, em todas as suas formas e manifestações. Mesmo que tenhamos a sorte de que caiam chuvas torrenciais que abasteçam Cantareira nos próximos meses, é gritante o fato de não podermos mais permanecer tão vulneráveis.

O estudo da viabilidade de criar-se um sistema auxiliar para redistribuição das águas excedentes em nosso território urge. Os sinais de colapso hídrico em nosso país, que já de longa data nos vem impondo ações de maior porte, clamam pela realização de um grande projeto de engenharia.

Ao mesmo tempo que, há anos, convivemos com este bizarro, mas agora muito grave, fenômeno de insuficiência na reposição dos reservatórios no Estado de São Paulo e Minas, também verificamos que diversas regiões do nosso país têm sido periodicamente sacrificadas por enchentes que inundam cidades inteiras, de Norte a Sul.

Como estudioso e interessado em tecnologias, com entusiasmo antevejo a possibilidade técnica de criação de uma rede inteligente de aquedutos que possam redistribuir as nossas águas excedentes. A ideia é simples: de onde sobra direcionaríamos para onde falta. Desta forma, minimizaríamos estes dois extremos altamente problemáticos, que decorrem de padrões desiguais e aleatórios de distribuição das chuvas em nosso território.

Sistemas passivos, a exemplo dos aquedutos concebidos historicamente pelos romanos, embora ainda permaneçam tão impressionantes e inspiradores são limitados. Em seu lugar, imagino que sistemas de bombeamento de águas excedentes alimentados por fontes alternativas de energia, cuja operação pudesse fazer a água vencer barreiras altimétricas, ao conectar regiões de excedentes a regiões de escassez de água potável, seriam bem mais eficazes.

Sei que a ideia que estou expondo, em linhas gerais, pode aqui parecer um tanto simplista. Mas, por favor, ainda que por simples curiosidade, peço que a Senhora reflita e tome em consideração, por exemplo, o estágio da tecnologia atual que nos permite transportar gás ou petróleo atingindo distâncias superiores a 4.000 quilometros.

Um sistema modular, com estações de controle a cada 50km, por exemplo, será estratégico. Diversos materiais de baixo custo podem ser empregados para a feitura de linhas paralelas de tubulões condutores das águas. Esta duplicidade de

linhas condutoras de água, com interconexões entre si, obedecendo ao espaçamento das estações, permitirá operações de manutenção do sistema sem interromper o fluxo de alívio e abastecimento.

O direcionamento e remanejamento inteligente e instantâneo tornar-se-ia possível graças aos modernos meios de comunicação e telemetria em tempo real. Técnicos operadores das Estações de Manejo e Manutenção poderão trabalhar de forma coordenada, formando-se assim a alma de um sistema modular dinâmico, inteligente e eficaz para a solução de nossos problemas com o suprimento de águas para nossas necessidades básicas.

Essencialmente, o que venho propor é que a Senhora nomeie, em caráter de urgência urgentíssima, uma Comissão Especial para o trato desta matéria. Creio ser absolutamente necessário coordenar AGORA, sem perda de tempo, ações preliminares que congreguem acadêmicos de engenharia, profissionais da administração de águas, engenheiros das Forças Armadas, pessoal da engenharia civil, do planejamento, da infraestrutura, de recursos hídricos, climatologistas, ambientalistas, meteorologistas, representados por técnicos, doutores e organizações de elevado expertise em corpos e cursos d'água, e tecnologia de sistemas hídricos. Que possam relacionar-se eles de forma bem produtiva entre si, somando suas ideias e conhecimentos num trabalho de profundidade e competência que viabilize um projeto desta complexidade de forma eficaz e sustentável em todos os seus aspectos.

Acredito na inteira viabilidade deste projeto, quando levo em conta especialmente que, além da perícia técnica/tecnológica demandada, a criatividade e capacidade de realização brasileiras, que muito bem conhecemos, são imbatíveis.

É certo que uma obra deste porte nos imporá enormes investimentos, mobilizações e sacrifícios. Mas pense nos benefícios que proporcionará a todos, incluindo, ainda, maior estabilidade para nossos sistemas de produção de energia hidroelétrica, além da geração de milhares de empregos diretos nos municípios que serão entrecortados por este super sistema. Sua construção representará uma gigantesca e desafiadora tarefa, mas, sem dúvida, não podemos adiá-la.

Ainda que sua concretização em obras acabadas e pleno funcionamento possam demandar mais do que 4 anos de governo, tenho certeza que esta iniciativa, garantirá, a médio ou longo prazo, melhor vida para todos nós brasileiros. Para patriotas como nós, interessados em resolver os graves problemas do país, prazos de governo tornam-se uma questão menor. Que governos sucessores continuem a trabalhar em soluções semeadas por nós, pela sobrevivência de todos. O que interessa é o resultado.

Muito obrigado por sua atenção. Coloco-me à inteira disposição para maiores esclarecimentos.

Respeitosamente, subscrevo-me.

Alan Verissimo Azambuja

alanazambuja2@gmail.com



quinta-feira, 4 de outubro de 2018

UMA SOLUÇÃO PARA O GRAVE PROBLEMA HÍDRICO DO BRASIL

Exmo. Sr. Ciro Gomes
Candidato a Presidente da República Federativa do Brasil

Assunto: Sugestão para solução do grave problema hídrico do Brasil.

Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2018.
Prezado futuro Presidente Ciro, 


Urge elaborarmos um grande projeto de engenharia para redistribuição das águas em nosso território. 

Ao mesmo tempo que, há anos, convivemos com este bizarro, mas agora muito grave, fenômeno de insuficiência na reposição dos reservatórios no Estado de São Paulo, verificamos que diversas regiões do nosso país têm sido periodicamente sacrificadas por enchentes que vêm inundando cidades inteiras, tanto no Norte como no Sul. 

Como estudioso e interessado em diversas tecnologias, não consigo ignorar a possibilidade  técnica da criação de uma rede inteligente de aquedutos que possam redistribuir as nossas águas. A ideia é simples: de onde sobra, direcionamos para onde falta. Desta forma, minimizaremos estes dois extremos altamente problemáticos, extremos que decorrem de padrões desiguais e aleatórios de distribuição das chuvas em nosso território.
 
Sistemas passivos, a exemplo dos aquedutos concebidos historicamente pelos romanos, embora ainda permaneçam tão impressionantes e inspiradores são limitados. Em seu lugar, penso em sistemas de bombeamento alimentados por fontes alternativas de energia, cuja operação possa fazer a água vencer barreiras altimétricas ao conectar regiões de excedentes a regiões de escassez de água potável.

Sei que a ideia que estou expondo, em linhas gerais, pode aqui parecer um tanto simplista. Mas, por favor, ainda que por simples curiosidade, peço que o Senhor reflita e leve em consideração, por exemplo, o estágio da tecnologia atual que nos permite transportar gás ou petróleo atingindo distâncias superiores a 4.000 quilômetros. 

Um sistema modular, com estações de controle a cada 50km (p/ exemplo) aproximadamente, por exemplo, poderá ser estratégico. Diversos materiais de baixo custo podem ser empregados para a feitura de linhas paralelas e redes de tubulões condutores das águas.

A duplicidade de linhas condutoras de água, com interconexões entre si obedecendo ao espaçamento das estações, permitiria operações de manutenção do sistema sem interromper o fluxo.  O direcionamento e remanejamento inteligente e instantâneo tornar-se-ia possível graças aos modernos meios de comunicação e telemetria em tempo real. Imagino, com facilidade, que técnicos operadores das Estações de Manejo e Manutenção possam trabalhar coordenadamente, formando-se assim a alma de um sistema modular dinâmico, inteligente e eficaz para a solução de nossos problemas com o suprimento de água para necessidades básicas. 

Essencialmente, o que venho propor  é que o Senhor nomeie, em caráter de urgência, uma Comissão Especial para o trato desta matéria, de modo que reúna as maiores cabeças acadêmicas das Engenharias de todas as Universidades brasileiras. A ideia é estudar e viabilizar um projeto que possibilite a construção deste grande e eficiente sistema distributivo auxiliar das águas, que o nosso tempo, já de longa data, nos vem impondo.
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Tenho certeza que esta iniciativa, ainda que sua concretização possa demandar mais do que 4 anos de governo, garantirá, a médio ou longo prazo, melhor vida para todos nós brasileiros. Para pessoas com nosso grau de realismo, interessados que somos em resolver os graves problemas do nosso amado país, prazos de governo tornam-se uma questão menor. Que governos sucessores continuem a trabalhar nos projetos semeados por nós, pela sobrevivência de todos. O que interessa é o resultado.

No meu ponto de vista, essa ideia é inteiramente viável, levando-se em conta, especialmente, a criatividade e capacidade de realização tipicamente brasileiras, que muito bem conhecemos. Unidos, somos imbatíveis.    

É certo que uma obra do porte que ora sugiro, nos imporá enormes investimentos, mobilizações e sacrifícios. Mas pense nos benefícios que proporcionará a todos nós, incluindo, por exemplo, maior estabilidade para nossos sistemas de produção de energia hidroelétrica, além da geração dos MILHARES DE EMPREGOS DIRETOS, ESPECIALMENTE DURANTE AS OBRAS, nos municípios que serão entrecortados por este super-sistema que imagino. Sua construção representará uma gigantesca e quase impossível tarefa, mas, sem dúvida, não podemos adiá-la.
   
Muito obrigado por sua atenção. Coloco-me à V. inteira disposição para maiores esclarecimentos.  

Respeitosamente, subscrevo-me.


Alan Verissimo Azambuja


domingo, 5 de julho de 2015





Projeto

 ÁGUA QUE CAI DO CÉU

Como coletar, armazenar e aproveitar chuva que cai sobre os edifícios 


INTRODUÇÃO

Antes de detalhar o sistema que criei, quero publicar aqui o antigo provérbio que me inspirou a ideia, aparentemente utópica,  do  "supermutirão hidráulico nacional" que estou propondo. Aí vai:
"Se em determinado dia, cada chinês varrer a calçada em frente de sua casa, em apenas um dia a China estará completamente limpa"                                                                              (Autor desconhecido, mas chinês, com certeza!)

Não adianta ficar chorando pela água que não foi derramada nas represas que atendem às várias cidades do Sudeste. As discussões sobre os culpados desta situação de crise hídrica, ou sobre o que o(s) governo(s) deveria(m) ter feito, são intermináveis e inúteis, pois não produzem soluções práticas para a grave seca que estamos enfrentando. E, fato incontestável que todos nós já aprendemos a duras penas,  é que podemos contar com o governo somente até  certo ponto. Quanto ao bom santo, São Pedro, ele atende às nossas orações que clamam por chuva, mas a "pontaria" dele parece não andar muito boa. Deve ser a idade avançada, pois tem chovido mais no coração dos centros urbanos, castigados pelos repetidos alagamentos, do que nas represas. Estas precisarão  de anos de muita chuva para voltarem aos seus níveis de normalidade.

Daqui a algumas semanas, estaremos  nos deparando novamente com um verão de incertezas climáticas. Temos  pouco tempo  para  colocar em funcionamento soluções práticas  que possam garantir um pouco mais de  segurança hídrica durante o enfrentamento da terrível seca que, muito provavelmente,  se repetirá nos próximos anos. A boa notícia é que nunca  nos faltaram criatividade nem recursos para resolver nossos grandes problemas. Somos um povo  consciente, criativo, solidário e, sobretudo, um povo de milhões de indivíduos talentosos em trabalhos manuais.  

PROJETO E EXECUÇÃO

Os prédios têm, em sua maioria, um recinto conhecido como Casa de Máquinas dos Elevadores, cujos tetos elevam-se acima da última laje que cobre o edifício.  A solução que compartilho nasce do aproveitamento desta área comum de meu prédio, sobre meu apartamento de cobertura. As figuras aqui apresentadas ilustram e resumem, passo a passo,  as soluções técnicas desenvolvidas. Tudo começa com a laje que cobre o teto da casa de máquinas dos elevadores de meu prédio (Figuras 1 a 5).

Conforme justifico ao longo desta publicação, com muita facilidade e baixo custo de materiais, eu e o meu filho de 13 anos construímos um eficiente  sistema de captação, armazenamento e distribuição de água de chuva  para dentro de casa, incluindo a área externa, nossa pequena varanda.


Figura 1. Superficie externa do teto da casa de máquinas dos elevadores.


Figura 2. Orifício de saída da água de chuva que cai sobre o teto da casa de máquinas.  Esta superfície tem cerca de 30 m². Durante uma chuvarada noturna de intensidade média, após  2 horas já tinha enchido uma caixa com capacidade de 1000 litros, deitando o excesso pelo "ladrão".

Antes de mais nada, o baixo custo dos materiais é uma grande vantagem. Deve-se, principalmente, ao fato de todos os componentes  serem de plástico. Como veremos, isto inclui desde caixas d'água, canos e conexões, até as torneiras instaladas nos banheiros.


Figura 3. A seta aponta para o cano que anteriormente recolhia a água de chuva e a conduzia diretamente para o ralo de águas pluviais. Agora, só o faz após ter enchido a caixa d'água.

A mão de obra, foi inteiramente grátis, graças a um razoável  grau de habilidade que, desde garoto, possuo para lidar com ferramentas, e também a algumas horas de ajuda inestimável que o meu filho de 13 anos prestou "brincando de lego para adultos", segundo as palavras dele.  Eu e o meu garoto fomos capazes de projetar e montar, em poucos dias (menos de 20 horas dedicadas somente a este trabalho), um eficiente sistema de captação e armazenamento  de chuva, que, por enquanto, só atende ao nosso apartamento, já que o terraço do condomínio ainda está em obras de impermeabilização (Figura 6).  Quando pronto, este terraço de 360 m² poderá abrigar um sistema semelhante e maior, capaz de disponibilizar água de chuva emergencial para todos, através de tubulação externa que irá alimentar  torneiras instaladas em cada um dos 8 corredores (1 por andar) que dão acesso aos demais apartamentos, garagem e pequenas áreas de uso comum (Figuras 7 a 9). Estou "negociando" essa ideia com o Eduardo, nosso diligente síndico e meu amigo pessoal, para este assunto estar em pauta na próxima reunião de condomínio.     


Figura 4. Canalização para nossos banheiros, tanque e máquina de lavar roupa. Como a superfície de captação é limpa, a água de chuva se presta para lavar roupa.


Figura 5. Canalização para a nossa varanda.

Figura 6. Terraço do Condomínio em obras. Esta área tem cerca de 360 m² e, futuramente, comportará várias caixas de armazenamento da chuva que cai sobre a laje das coberturas (+- 140 m²).  Essa água será distribuída para os 8 andares abaixo.


Figuras 7. Exemplo de tubulação com a torneira conectada com o cano de descida externo (que não aparece), e se localiza por detrás do basculante de um dos corredores.  Trata-se de uma instalação bem rústica, de emergência, que poderá ser aperfeiçoada posteriormente. 


Figura 8. Conjunto torneira, balde e "pires", que continua a tubulação apresentada na imagem anterior (Figura 7). O "pires" consiste de uma caixa de plástico reciclado utilizada por pedreiros para preparar argamassa em pequenas quantidades. Para evitar perfurações na parede do edifício, é possível abrir uma passagem para o pequeno tubo horizontal que liga a canalização interna (a da torneira) na canalização que distribui água para os andares (externa). Pode ser usada uma serra capaz de cortar alumínio, ou máquina de furar elétrica. É fundamental retirar-se temporariamente  a lâmina de vidro fixa  (apontada pela seta azul na Figura 7) para que a montagem da tubulação possa ser efetivada exclusivamente dentro dos corredores. 


Figura 9.O "T de 40 mm. com redução para 20 mm. A seta aponta para o pequeno tubo que deverá ter comprimento compatível com a largura  do peitoril de mármore onde se apoia a esquadria do basculante do corredor, mais 3 cm reservados metade para cada ponta, que serão inseridos no "T" e no joelho. Este por sua vez, será acoplado â pequena canalização interna que termina na  torneira. Estes tubos horizontais serão apoiados nos peitoris de mármore garantir a distribuição do peso deste conjunto e facilitar sua fixação. 

CONCLUSÕES

Então, a pergunta que não quer calar:  por que não começar a replicar sistemas semelhantes, AGORA, durante o inverno e início da primavera , nos milhares de prédios das cidades do sudeste, por exemplo?

Vejamos o que já temos de positivo para esse "supermutirão hidráulico":

Em cada grande edifício de apartamentos, quer seja residencial, comercial, ou misto, habitam pelo menos:

a) Um engenheiro civil (ou estudante de engenharia) que pode esboçar um pequeno projeto destes, orientar quanto a limites de peso de caixas d'água comportáveis pelas lajes, determinar as correções necessárias nos revestimentos do teto da casa de máquinas dos elevadores, higienizações dos locais, locais ideais para passagem de canos e demais fatores importantes.

b) um "Professor Pardal" aficcionado por desafios técnicos, e habilidoso com trabalhos manuais (meu caso)

c) algum ou vários adolescentes e adultos que gostem de brincar com lego ou outros tipos de brinquedos de montar . Vão se divertir muito bolando sistemas, cortando tubos, soldando com cola especial as conexões de plástico, etc. Isto significa que, com a ajuda desta mão de obra tão especial, BRINCANDO podemos minimizar os efeitos da SERÍSSIMA crise hídrica nas cidades do sudeste brasileiro em tempo recorde.

d) alguém que seja, ou conheça, um profissional de obras que possa ajudar em algumas tarefas mais difíceis, como furar uma laje ou parede para passagem de tubulação.

e) alguém que seja dono de loja ou conheça um comerciante de materiais de construção que possa oferecer bons descontos e informações sobre como utilizar corretamente os materiais necessários. Sou muito grato ao  "Seu" Antônio, dono da hidroelétrica que funciona na galeria comercial que fica no próprio prédio onde moro. Deste experiente profissional, que conhece tudo sobre hidráulica, além de ser um amigo muito paciente, obtive as melhores aulas sobre como lidar com os materiais que adquiri para construirmos, eu e meu filho, nosso sistema de captação de chuva. 

Por que não instituir, então, pelo menos na região sudoeste,  uma gigantesca ação coletiva, constituída principalmente de moradores de apartamentos, que financiem e/ou trabalhem diretamente para que, cada prédio tenha seu próprio sistema coletor e armazenador de chuvas, bem antes da chegada do verão?

 Nas cidades de médio e grande porte, a crise hídrica não se resume apenas à possibilidade de faltar água nas torneiras devido a racionamentos  gerais ou em "rodízio", como se fala em São Paulo.

Toda a água distribuída  pelas companhias de águas aos prédios fica inicialmente  acumulada em cisternas subterrâneas.

Cada edifício tem suas próprias bombas elétricas, que transferem esta água para os reservatórios que se situam no último andar. É dali que derivam  os canos de descida que vão abastecer os apartamentos pela força da gravidade. 

Se acontecer um apagão de algumas horas devido a parada de funcionamento de uma usina hidroelétrica por falta d'água na represa que a abastece, as bombas dos edifícios de cidades inteiras vão parar. A reserva das caixas d'água  superiores vai se esgotar.  Logo os apartamentos estarão sem água.

Imagine a situação de desconforto que chega a ser até  bastante bizarra: sua cidade está alagada por causa da chuva que está caindo, você está no escuro; a represa que abastece sua cidade está cheia, mas você está completamente sem água porque as bombas do seu prédio não funcionam por falta de energia elétrica!

As figuras que apresentam aspectos técnicos da montagem revelam sua simplicidade. Podemos construir com nossas próprias mãos nosso sistema de segurança hídrica. E garantir um ótimo funcionamento. É uma das grandes soluções para redução substancial dos problemas causados pela escassez de água para uso diário e imediato.  

Os tetos de nossos edifícios, munidos com suas lajes ou tetos das casas de máquinas, são presenças obrigatórias em nosso prédios. Claro, possuem  características variadas, em função da quantidade de elevadores que o edifício possui, seu projeto arquitetônico etc. A nossa está referenciada na Figura 1.


Como vimos acima, a chuva armazenada poderá, através de uma tubulação bem simples, ser disponibilizada em torneiras situadas nos corredores que dão acesso aos apartamentos e na garagem.

Com uma versão inicial, bem simples, do sistema de coleta de chuva  que criei, se for implantada em massa nos prédios, obteremos alguns ganhos importantes:

1- O mais importante de todos: é o que envolve uma questão de SAÚDE PÚBLICA. Temos que obter água abundante e grátis para as descargas dos vasos sanitários. Não faz sentido ter que comprar uma água que se tornou caríssima para este fim. É, literalmente,  jogar dinheiro fora pela privada. Pelo menos durante esta situação de crise, que cada morador de apartamento possa, pelo menos, em caráter de emergência, encher seu balde  na torneira instalada no corredor do seu andar e destiná-la ao esgoto, despejando-a  na privada do seu banheiro. Será bem gratificante e saudável para todos poderem  seguir suas vidas sem estarem mergulhados numa atmosfera impregnada de maus odores.

2- lavagem de pisos dos corredores, garagem, pátios etc.

3- Se houver sobra  em dias de chuva abundante e continuada, lavar carros.

Existe uma vantagem adicional deste sistema de captação de chuvas que ainda não comentamos, mas é extremamente relevante. Durante as chuvas, toda a água que cai nestas superfícies é, normalmente, desviada para ralos do sistema de coleta de águas pluviais do município. Ora, por que não armazená-la numa caixa d'água (ou um conjunto de várias pequenas conectadas entre si) e permitir que somente a chuva excedente vá para o ralo?

Existem  milhares de prédios situados nas dezenas de cidades de médio e grande porte.  Se existirem milhares de sistemas coletores de chuva e suas caixas estiverem cheias apenas pela metade, pouco antes de uma inesperada pancada de chuva de verão, elas vão poder armazenar, durante algum tempo (questão de minutos) alguns milhões de litros d'água que estariam saturando os sistemas de coleta de águas pluviais. Como consequência da captação e armazenamento da chuva no topo dos edifícios, haverá uma diminuição temporária dos alagamentos nas ruas. Pelo menos, nas ruas, as pessoas terão um pouco mais de tempo para se protegerem melhor.  Posteriormente, aquela água da pancada de verão que foi armazenada, será aos poucos, pelo despejo normal dela nos vasos sanitários, direcionada para a rede de esgotos.

Estas vantagens podem ser obtidas sem custos elevados, sem obras complicadas, sem depender de contratação de firmas especializadas e, sobretudo, sem dependermos  exclusivamente das decisões dos nossos governantes.

Enfim, é muito importante não ficarmos mais tão à mercê das Companhias de Águas das cidades, órgãos reguladores e promotores de aumentos completamente descabidos nas contas de água.    

No meu entender, seria benéfico para todos se todos os níveis de governo entrassem em acordo, em caráter emergencial, determinando  uma substancial redução nos  impostos que incidem na indústria e comércio dos implementos necessários  para baratear a construção destes sistemas que têm a finalidade de minimizar os efeitos da crise hídrica que ora atravessamos.
Se os técnicos e fiscais das Prefeituras estiverem  imbuídos do espírito de colaboração, estas instalações poderão ser terminadas a tempo de minimizar, em larga escala, um dos maiores problemas que o país enfrenta, talvez o mais grave. Meu maior desejo é que o pessoal das Prefeituras oriente, incentive, ajude os moradores de apartamentos a montarem seus sistemas de captação e distribuição de água de chuva.
Se os fabricantes de conexões, tubos, caixas d'água e afins, ao invés de aumentarem os preços de seus produtos com a desculpa do repentino  aumento da demanda (atitude típica dos "picaretas" que praticam o lado selvagem do capitalismo) aumentarem suas produções  criando mais turnos, contratando mais trabalhadores, vai ser bom para a nossa Economia, gerando mais empregos e negócios envolvendo a indústria, comércio e prestação de serviços no "ramo hidráulico"  da engenharia civil.   
Chegamos a um momento histórico em que todas as discussões  judiciais ou não sobre responsabilidades, aumento de tarifas, multas, prêmios para quem  economiza água, promessas e "garantias" advindas de  políticos,  já  começam a perder  todo o sentido.  A gravidade da nossa crise hídrica é tão grande, que passa a fazer sentido  uma coisa só: não morrer de sede nem de doenças  provocadas pela seca. Ou passar até fome, pelo desemprego que possa ser gerado pelo fechamento de inúmeros negócios que dependem essencialmente de água  para serem tocados. 

Então, faça um favor a todos nós: divulgue a ideia desse "supermutirão hidráulico" ao máximo que puder. Ainda dá tempo para, com esforço de todos,  principalmente dos adolescentes de 16 a 83 anos, produzir BRINCANDO condições  que nos tornarão mais felizes no verão que vem, do que naquele que passou.

Mãos à obra, muita água e alegria para todos!



Celebração da nossa primeira captação de chuva, durante a noite anterior, com direito  a  banho de... chuva!

Rio de Janeiro, julho de 2015

Alan V. Azambuja
alanazambuja2@gmail.com


UMA COMPLEMENTAÇÃO

Aos interessados, a seguir notas adicionais sobre a operacionalidade da construção do sistemas e alguns cuidados:

A duração de um trimestre é mais do que suficiente para que todos os prédios da região sudeste estejam equipados com seus respectivos sistemas coletores de chuvas.
No primeiro mês, poderiam reuniões de moradores para planejar rateios, divisão de tarefas como planejamento, projetos, higienização, reparos e adaptações dos locais de instalação, quem  participa das montagens etc. e, principalmente,sem esquecer de:  

DETERMINAR PROIBIÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO TOPO DO PRÉDIO SEM ESTAREM ACOMPANHADAS DE, PELO MENOS UM ADULTO RESPONSÁVEL.

   Sobre a higienização: é muito importante a total inexistência de baratas, pombos e ratos, além da sujeira depositada especialmente pela poluição do ar nas superfícies que receberão a chuva que será coletada. Depois de preparadas e limpas, sugiro que seja  aplicada uma camada (ou camadas) de um impermeabilizante à base de borracha líquida, de preferência de cor branca, para melhor monitoração do estado de limpeza. O acoplamento entre o ponto de saída da água colhida e o sistema  de caixas, deve ser feito por meio de tubos e conexões encaixáveis entre si, de modo que a água bem clorada utilizada para a limpeza da superfície de coleta possa ser encaminhada diretamente para o ralo.


Fig. 11 - Indicador de nível d'água armazenada fácil de confeccionar. A marca d'água indica cerca de 300 litros. Foram utilizados um pedaço  de mangueira  transparente de  1polegada, 2 joelhos de 25 mm, 2 flanges e 2 Abraçadeiras. 

 No segundo mês, compra dos materiais, encomendas, e início da construção prática dos sistemas. É bom lembrar que julho é o mês em que a mão de obra infanto-juvenil encontra-se mais disponível.

No terceiro mês, finalizações e... muitas orações para que chova logo nas cidades, para testes, pequenas correções, aperfeiçoamentos dos novos sistemas e muita alegria!

Numa fase posterior, terá chegado a vez de canalizar toda essa água "colhida dos céus" diretamente para cada banheiro, área de serviço, varanda e até a cozinha.  No caso de utilização desta água para cozinhar, ou beber, será mais sensato só o fazermos quando estivermos mais informados e aparelhados para tratá-la convenientemente, evitando assim a possibilidade qualquer dano para a nossa saúde. É nesta fase que haverá maior participação dos técnicos em hidrologia, biólogos e obras e reformas em alvenaria e hidráulica. Haverá muito trabalho para todos.     

O primeiro passo a ser dado, é instalarmos  as torneiras de emergência nos corredores dos andares. Debaixo de cada torneira, pode-se usar como "pires" aquelas caixas de plástico preto que os pedreiros usam para preparar pequenas quantidades de massa de cimento e areia. Sempre que se abre uma torneira para encher um balde, acontecem respingos.  (Ver Fig. - 8)

No que diz respeito à nossa conta d'água que vem da rua, não obtenho nenhuma vantagem financeira pela economia, pois sendo meu prédio de construção antiga, a conta geral de água e esgoto é dividida igualitariamente entre os responsáveis por cada unidade de residência. Em função disto, poucos dos meus vizinhos  se preocupam em economizar água. No entanto, para mim e demais membros da família, desde já tem sido muito gratificante  saber que poderemos  lavar nossos pisos, regar plantas, dar descargas à vontade, tomar duchas para tirar areia do corpo quando chegarmos da praia, e até lavar roupa na máquina sem o menor sentimento de culpa. Sobretudo, estamos em paz com nossas respectivas consciências ambientais e nos sentindo completamente seguros ante às "incertezas hídricas" que os próximos verões nos reservam.


Fig.12 - Registro de segurança da tubulação destinada à varanda


Fig. 13 - Ducha na varanda para retirada de areia da praia. Um pouco atrás, aparece a  jardineira que se transformará  em  "terreno agricultável   de subsistência alimentar" de 1,5 m²,  comportando uns 3 - 4 tomateiros que nos  dias quentes e secos se beneficiarão  da água de chuva armazenada. 

IMPORTANTE: Crianças e adolescentes em topo de prédios e lajes de casas,  deverão estar SEMPRE acompanhadas de, pelo menos, UM ADULTO RESPONSÁVEL!

Dá uma olhada neste site cujo link é:


Não sei até que ponto as estatísticas deles estão atualizadas, mas é
impressionante a quantidade de prédios prontos que eles afirmam existir
só em Sampa: 6.197 ! 

Considerando que uns 5.000 possam ter 8 andares, o que significaria a existência de elevadores com suas casas de máquinas, acho importante enfatizar, em alguma oportunidade, a necessidade dos paulistas começarem a construir seus sistemas o mais cedo possível, pelas seguintes razões: 

1 - Pelas boas condições de temperatura para trabalhar no teto dos prédios. Debaixo do sol de verão, não dá para ficar mais do que 15 minutos, não precisa nem ser o sol do meio dia. O calor é insuportável, não experimentei ainda, mas acho que na hora do almoço dá prá fritar ovos diretamente na laje! 
   
2 - O momento econômico atual é ideal para obter-se bons descontos nas lojas especializadas em materiais de construção. Aqui no Rio, lojas que sempre estiveram apinhadas de compradores, estão quase entregues às moscas. 

3 - É preciso prevenir-se  com relação ao tempo de reposição dos estoques dos materiais necessários.  Não creio que as fábricas estejam em condições de investir em grandes produções para garantir vendas futuras. Mas se o mercado do material hidráulico começar logo a aquecer-se, acho que não vai haver 
tanto desespero de última hora. 


Participe desta campanha e divulgue antes que o verão chegue!






















domingo, 19 de fevereiro de 2012

Álbum de Família


Há poucos anos atrás. num momento de quase insuportável saudade, digitei o nome Raphael Verissimo Azambuja, meu pai, no Google e fui parar num site com a genealogia dos Annes Verissimo, criado pelo gaúcho de Passo Fundo, Alceu Annes, primo que eu não conhecia. Pela riqueza de detalhes com a qual  o primo a está sempre burilando, em sua obstinada busca e registro de mais e mais elementos para a atualização de sua obra,  tomei a liberdade de batizá-la como "Máquina do Tempo".  É uma verdadeira máquina transportadora para um reino de agoras que apenas brincam de passado. Não se trata de um organograma, uma piramide estática, um mapa de nomes. É um organismo vivo, uma coleção de sensibilidades, cada uma a seu modo todo especial.
Neste espaço foi-me permitido apresentar aos visitantes duas versões da Genealogia Juca Annes - Compendio Ilustrado. A primeira, o compendio em sua forma integral, com suas 400 páginas, que proporcionará aos pesquisadores a especial oportunidade de conhecer muitos dos familiares do escritor Érico Verissimo que o inspiraram na criação de seus personagens. A segunda, uma versão reduzida, é um presentão do Primo Alceu para mim, pois agora posso apresentar os meus ascendentes mais diretos, que já não se encontram mais fisicamente disponíveis para apertos de mão, abraços, beijos, obas e olás aos meus novos familiares e amigos. Sobretudo, agora, posso visitar os ausentes a qualquer momento, com muito mais assiduidade.
Alan Verissimo Azambuja
Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2011.